segunda-feira, 26 de novembro de 2012

UMA SÍNTESE SOBRE A EDUCAÇÃO DESDE OS JESUÍTAS ATÉ OS NOSSOS DIAS

São Paulo (Capital) - Alunos da Escola Normal da Praça da República, em 1915



Educação Jesuítica:
Em 1549, desembarcaram em Salvador, na Bahia, a bordo de uma expedição que trazia o primeiro governador-geral, Tomé de Souza, a 1759. Ao longo de quase 200 anos, a práticas formais de educação estiveram sob o controle desses padres, membros da Companhia de Jesus. A combinação entre estado absolutista e mercantilismo foi decisiva para desencadear uma corrida entre as nações europeias pelo controle de rotas comerciais terrestres e marítimas. A conquista e a colonização da América, sobretudo por parte de Portugal e Espanha, inscrevem-se, portanto, na perspectiva econômica do mercantilismo e ao mesmo tempo não pode se esquecer  do quadro histórico-religioso por que passava a Europa na mesma época. As ideias de Marinho Lutero, na Alemanha, desencadearam um movimento reformista no cristianismo com repercussões por toda a Europa, questionando as práticas da igreja católica, que convoca o Concílio de Trento entre  1545 e 1563 para uma forte repressão aos movimentos protestantes. Entre os instrumentos utilizados está a Companhia de Jesus. Por meio de seus membros a igreja investia na educação das elites europeias, impedindo, assim, a propagação das ideias reformistas e  reafirmando seus dogmas. A colonização do Brasil, em particular, e da América latina, como um todo, foi obra de um duplo projeto: de um lado o econômico e de outro o cultural religioso, expresso pela expressão do cristianismo católico. O padre Manoel da Nóbrega elaborou um plano de ação para os jesuítas que envolvia outros grupos sociais, como filhos e filhas de colonos e até , em algumas circunstancias, negros escravos. Esse plano, com a finalidade de atingir seus objetivos de catequizar e instruir, incluía, como objeto de aprendizagem, o português, a doutrina cristã, o ler e escrever, o canto orfeônico e a música instrumental, a aprendizagem profissional e agrícola, aulas de gramática e viagem de estudos a Europa. Os jesuítas traziam para si não só a responsabilidade da educação dos gentios, como também procuravam controlar as práticas morais dos colonos brancos. A partir de 1570, com a morte do Padre Manoel da Nóbrega, seu plano educacional foi abandonado pelos jesuítas, que passaram a assumir o plano geral da Companhia de Jesus chamado de Ratio Studiorum. O Ratio constituía-se num plano educacional extremamente rígido em termos de práticas pedagógicas e controle de ideias. Estava dividido em três etapas: as humanas, os cursos superiores de filosofia e teologia e a complementação dos estudos na Europa. Daí o caráter elitista dessa educação, pois somente os filhos dos mais ricos podiam, concluir seus estudos no velho mundo. Aos nativos, bastavam a catequização e o ensino de práticas profissionais ou agrícolas. Com as medidas reformistas de Portugal, os jesuítas foram expulsos do Brasil em 1759.
Ensino Régio:
Do ponto de vista cultural, a propagação das ideias iluministas foi decisiva para  aparecimento de um novo conceito de homem, de política e de valores a serem defendidos. O século das luzes tornou-se um movimento intelectual de caráter burguês. Com a valorização da razão e das ciências como paradigmas para esse novo momento,  combatiam a influencia da religião e a intervenção da igreja em assuntos do Estado, como  a igreja permanece forte em Portugal, esse movimento é combatido em sua abrangência. Essa situação só muda mais tarde com a ascensão do Marquês de Pombal como ministro do Estado. Pombal implantou reformas no campo educacional que culminou na expulsão dos jesuítas tanto de Portugal como do Brasil. Em 28 de  junho de 1759, foi expedido o alvará Régio que determinava a organização da educação sob financiamento e tutela do Estado, o que na prática não passava de aulas avulsas que ficavam a cargo de professores selecionados por meio de exames oficiais e cuja remuneração ficava a cargo dos próprios alunos, completamente diferente do plano educacional dos jesuítas que eram estruturados, contínuos e uniforme. Esse padrão de ensino vai entrar pelo século 19, permanecendo como marca da educação brasileira durante os anos de regime monárquico.


Educação Monárquica:
A família real e a Corte como um todo fugiram para o Brasil, escoltadas pela Real Marinha Britânica. Abriu-se, então, uma etapa decisiva nos destinos do Brasil, que culminaria com a independência, em 1822 e com a consequente consolidação do regime monárquico ao longo de quase todo o século 19. As necessidades impostas pela contingencia do Brasil, que se tornou sede do império lusitano, levaram D.João VI a investir em iniciativas  no campo educacional, com vista a atender as urgências que se faziam em vários setores, abrindo assim os cursos superiores de natureza profissionalizante. As escolas de nível elementar e secundário continuaram isoladas, privilegiando as camadas aristocráticas. Fruto de um arranjo político, em 1822, veio o rompimento definitivo com Portugal, fazendo surgir o Brasil independente, única monarquia entre repúblicas na América. A constituição de 1824, primeira Carta Magna do Brasil independente, previa, em relação a educação, princípios muito vagos e gerais: em seu artigo 179, estabelecia a gratuidade da educação em nível primário para todos os cidadãos, mas em termos práticos, pouco acrescentou a realidade existente até então. O ensino fundamental, portanto, ficará durante todo o século 19, e boa parte do século 20, longe de ser prioridade do Estado, trazendo, como consequência, a marginalização educacional de imensos contingentes de brasileiros. De 1831 a 1840 temos a abdicação de D. Pedro I e o Golpe da Maioridade de D.Pedro II ao trono. A economia cafeeira gerou sinais de modernização perceptíveis por meio das ferrovias, de melhoramentos urbanos e importação de produtos industriais e máquinas, possibilitando uma nascente burguesia urbana. Contudo, o café reforçou a “vocação” agrícola do Brasil e por isso, a lógica perversa de que a educação não é prioridade do Estado mais uma vez prevaleceu. Portanto nos quase 50 anos do reinado de D. Pedro II, pouco se acrescentou ao modelo já existente. Cria-se a partir de então, um quadro onde uma parte da intelectualidade brasileira, passa a combater o regime monárquico, pregando um clima de entusiasmo pela educação.
Educação na República:
Esse é um período histórico, fruto de um golpe militar em 15 de novembro de 1889, por interesse do exército, elite do café de São Paulo e setores intelectuais de classe média, no entanto, a partir de 1894, controlado pela oligarquia do café, que permaneceu homogêneo até 1930 e dando continuidade à vocação agrícola do Brasil. A década de 1920 seria marcada por manifestações e iniciativas importantes como a Semana da Arte Moderna de 1922, e a fundação da Associação Brasileira de Educação em 1924, que demonstraram o envolvimento da sociedade nas discussões sobre os novos rumos para o país. Devido a uma série de fatores temos a Revolução de 1930, encerrando o poder oligárquico e iniciando o período histórico conhecido como “Era Vargas”, caracterizado pela industrialização e consequentemente a urbanização. Dos debates intelectuais, surge o manifesto dos pioneiros da educação em 1932 e três personalidades nesse contexto se destacam representando a diversidade de propostas, são eles: Anísio Teixeira, como pensador liberal; Fernando de Azevedo, como pensador positivista; e Alceu Amoroso Lima, como pensador católico. O governo Vargas fechou o regime, perpetrando um golpe de Estado em 1937 e uma nova carta constitucional foi imposta a nação com feições nitidamente autoritárias e centralizadoras, silenciando na sociedade, o debate profícuo em torno do Brasil e seus problemas, em especial em torno da educação. O golpe militar de 1945 põe fim a era Vargas, tendo como pano de fundo o contexto da Guerra Fria, embate entre capitalismo e comunismo. Ao longo da década de 1960, diversas manifestações, convenções e campanhas da sociedade civil pautaram a luta pela escola pública. A LDB de 1961 reorganizou o sistema escolar em ensino primário, ginásio e colegial e estipulou estruturas curriculares mínimas obrigatórias nacionais. De março de 1964 a março de 1985 o Brasil foi governado por presidentes generais, que constituíram um Estado autoritário, antidemocrático e articulado com o capital nacional e as multinacionais. Em 1967 criou-se o Movimento brasileiro de alfabetização, sob pretexto de combater o analfabetismo, mas no fundo, visava conter a mobilização popular iniciada por Paulo Freire no nordeste. Em 1971, uma nova LDB entrou em vigor, reestruturando e aglutinando o sistema escolar em graus: 1º grau e 2º grau, eliminando-se matérias ideológicas como história, filosofia e geografia, sendo substituídas por Educação Moral e Cívica, Estudos sociais e Organização Social Política e Econômica Brasileira. A partir de 1980, evidencia-se o esgotamento militar frente as pressões internas e externas favoráveis a políticas democráticas e de respeito aos direitos humanos. No século 21 temos metade da população constituída de analfabetos e semiletrados, índices alarmantes de evasão e reprovação escolar, muitas crianças e jovens em idade escolar sem vagas. O ponto de reestruturação recomeça pela constituição de 1988, consagrando o dever do Estado para com a Educação, dever compartilhado com a família e a sociedade, prevendo-se constitucionalmente, recursos financeiros para a educação. O passo seguinte vem com LDB 9394/96 que promove um avanço tanto em termos qualitativos como quantitativos, reestruturando os níveis de ensino divididos em Educação Básica( infantil, fundamental e médio) e Ensino Superior, prevendo o obrigatoriedade do ensino fundamental e a gestão democráticas das unidades escolares. Uma consequência visível desse esforço (governos FHC e LULA) do Estado Brasileiro é possível ser observadas mediante dados oficiais: o aumento crescente do numero de matrículas no Ensino fundamental e a diminuição da evasão escolar. Isso, no entanto, não impede de reconhecer inúmeros problemas envolvendo a educação escolar brasileira, sobretudo no que diz respeito ao desempenho qualitativo do processo de ensino-aprendizagem. 

quarta-feira, 7 de novembro de 2012

DIGA NÃO A MAIORIDADE PENAL

JÁ FAZ UM TEMPO QUE VENHO OBSERVANDO CERTAS PESSOAS POSTANDO UMAS BESTEIRAS NO FACE SOBRE MAIORIDADE PENAL. SE PRENDER AS PESSOAS RESOLVESSE OS PROBLEMAS, O BRASIL SERIA UM PAÍS RESOLVIDO. SOU TOTALMENTE CONTRA A MAIORIDADE PENAL, MAS SOU A FAVOR DE MUDANÇAS DE PARADIGMAS CONCERNENTES AO TRATAMENTO COM NOSSA SOCIEDADE DE MODO GERAL, ESPECIALMENTE OS JOVENS. NÃO FECHO OS OLHOS PARA A REALIDADE, MAS O MUNDO NÃO ERA ASSIM ELE FICOU ASSIM. ISSO SIGNIFICA QUE FOI PLANTADO ESTA SEMENTE, PRECISAMOS MUDAR ISSO NA RAÍZ
 
 
 

Seguidores